Saúde

Sistema Nacional de Transplantes do Brasil é seguro?

Daniela Salomão, coordenadora-geral explica detalhes, critérios e controles

Sistema Nacional de Transplantes do Brasil é seguro? - Imagem: reprodução Freepik
Sistema Nacional de Transplantes do Brasil é seguro? - Imagem: reprodução Freepik

Vitória Tedeschi Publicado em 30/08/2023, às 15h27


No último domingo (27), o apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão, realizou um transplante de coração no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Com isso, o Sistema Nacional de Transplantes do Brasil ganhou espaço na mídia e algumas dúvidas surgiram sobre como isso funciona no país.

De acordo com o portal do Governo Federal, antes de mais nada vale citar que o apresentador, assim como qualquer outro cidadão que já precisou de transplante, entrou para a lista oficial organizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Ministério da Saúde, o apresentador foi priorizado na fila de espera em razão de seu estado de saúde, que era considerado grave. No caso do transplante de coração, a ordem de prioridade da fila de espera é definida com base na gravidade do quadro do paciente.

Para explicar ainda mais sobre esse processo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, concedeu entrevistas e publicou uma série de tuítes em perfil do Twitter. Ela lembrou que só no primeiro semestre houve 206 transplantes de coração no país, aumento de 16% em relação ao do ano passado.

Segundo Nísia, pelas estatísticas do sistema, a maioria das pessoas consegue um coração em até três meses. O tempo atual de espera é de menos de um mês para 27,5% das pessoas que estão na lista e de um a três meses para 24,8% dos pacientes.

O Sistema Nacional de Transplantes do Brasil é seguro?

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Daniela Salomão, coordenadora-geral explica detalhes, critérios e controles / Imagem: reprodução Agência Brasília

Daniela Salomão, coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes, complementou Nísia e explicou que "os critérios que definem quem vai receber os órgãos são únicos. Dependem exatamente da condição clínica daquele receptor, da tipagem sanguínea, de peso, altura, idade, tempo que está em lista e critérios de gravidade".

Sobre a 'segurança' em realizar o procedimento, tanto para receber um órgão quanto para doar, ela garante que existem regras muito rígidas que fazem com que todo o processo seja realmente seguro.

Eu gostaria de enfatizar que o sistema brasileiro de doação segue normas muito rígidas e o Conselho Federal de Medicina estabeleceu critérios para diagnóstico de morte encefálica. No nosso país, nós somente temos autorização de entrevistar uma família para doação de órgãos após cumpridos todos os critérios de diagnósticos de morte encefálica. A gente pode usar exames complementares, já definidos pelo Conselho Federal de Medicina, para fechar o diagnóstico. Então, são dois exames clínicos e um exame complementar. Somente após cumpridas essas três etapas que a família poderá ser entrevistada. Um dado importante: qualquer família pode solicitar que um médico de sua confiança acompanhe todo esse processo, cada exame clínico pode ser acompanhado por um médico de confiança da família", disse ela.