Câmeras de segurança revelam que criminosos monitoraram Ruy Ferraz antes do assassinato; polícia segue em busca de mais envolvidos

Gabriella Souza Publicado em 04/11/2025, às 08h14
A investigação sobre o assassinato de Ruy Ferraz, que foi ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, teve um novo avanço: a polícia prendeu a décima pessoa suspeita de envolvimento no crime. O homem foi detido nesta segunda-feira (3) na região do Grajaú, na Zona Sul da capital paulista.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou, por meio de comunicado, que o novo detido já tinha passagens pela polícia por crimes como recepção de material roubado, uso de arma sem registro e furto. Uma pistola calibre 380 também foi apreendida com ele no momento da prisão. O nome do suspeito, porém, não foi revelado pela polícia.
Com este novo preso, as autoridades somam dez pessoas detidas. As investigações continuam com o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para esclarecer todos os detalhes do ocorrido. Além dos presos, duas pessoas estão sendo procuradas e uma morreu em um confronto com a polícia enquanto era abordada.
Ex-Delegado na mira
Ruy Ferraz foi morto no dia 15 de setembro, em um ataque que chocou o estado. Ele levou pelo menos 12 tiros de fuzil logo depois de sair do trabalho como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, função que exercia desde que se aposentou como policial em 2023.
As autoridades policiais já confirmaram que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem ligação com o assassinato. Ruy Ferraz passou mais de 40 anos na Polícia Civil e teve um papel fundamental no combate ao crime organizado, liderando várias ações contra a facção. Por causa disso, mesmo após se aposentar, ele continuava recebendo ameaças de morte. Um relatório de 2024, inclusive, já mostrava que havia planos de ataques contra autoridades.
Outra possível motivação para o crime seria o seu trabalho na secretaria da prefeitura.
Como o crime aconteceu?
O sistema de câmeras de segurança da Prefeitura de Praia Grande revelou que os criminosos estavam monitorando a rotina de Ruy Ferraz há mais de um mês antes do assassinato. Um dos veículos usados no crime foi visto na região no dia 18 de agosto.
No ataque, foram utilizados um carro e uma caminhonete, além do veículo que perseguiu Ruy. A caminhonete foi encontrada queimada. O carro, por sua vez, foi localizado e periciado para coletar digitais. O grupo que cometeu o crime usou casas alugadas como base em Praia Grande e Mongaguá, que também foram checadas pela perícia.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, apontou que Rafael Simões, conhecido como "Jaguar", seria um dos responsáveis pelos disparos, embora seus advogados neguem e apresentem um vídeo que o mostra buscando a filha em uma escola de Santos no dia do crime. Outro atirador, segundo Derrite, seria Umberto Gomes, que morreu em confronto com a polícia.
Entre os presos já identificados estão:
Willian Silva Marques: Dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil para o crime.
Dahesly Oliveira Pires: Suspeita de ser a mulher que pegou o fuzil na Baixada Santista.
Luiz Henrique Santos Batista (Fofão): Acusado de ajudar na fuga de um dos criminosos.
Rafael Marcell Dias Simões (Jaguar): Se entregou à polícia em São Vicente.
Felipe Avelino da Silva (Mascherano): Teve seu DNA encontrado em um dos carros usados.
Danilo Pereira Pena (Matemático): Teria ordenado a locomoção de "Jaguar".
Cristiano Alves da Silva (Cris Brow)
José Nilton: Acusado de ser um dos atiradores.
Paulo Henrique Caetano Sales (PH): Dono de uma das casas usadas pelos criminosos em Praia Grande.
Estão sendo procurados:
Flávio Henrique Ferreira de Souza: Teve o DNA encontrado em um dos carros.
Luis Antonio Rodrigues de Miranda: Suspeito de ter mandado buscar um dos fuzis.
A polícia segue nas investigações para fechar o cerco contra todos os envolvidos.
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