Justiça

Membro do PCC é condenado a 28 anos por torturar e matar PM após ser reconhecido em baile funk em Bertioga

Ronaldo de Aguiar, o “Paraná”, foi condenado por homicídio qualificado e roubo majorado; julgamento ocorreu em Santos devido à influência do crime organizado em Bertioga

Ronaldo de Aguiar foi condenado pela morte do policial militar - Imagem: Reprodução
Ronaldo de Aguiar foi condenado pela morte do policial militar - Imagem: Reprodução

Ana Beatriz Publicado em 13/12/2025, às 15h48


Ronaldo de Aguiar, conhecido como “Paraná”, membro do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi condenado a 28 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato do policial militar Gledson Silva de Gusmão, ocorrido em março de 2020, em Bertioga, litoral de São Paulo. O julgamento aconteceu na quarta-feira (10) em Santos, após solicitação de desaforamento do Ministério Público (MP), devido à influência do crime organizado na cidade de Bertioga.

O caso envolveu o sequestro e tortura do PM após ser reconhecido em um baile funk. O policial estava acompanhado de uma amiga da família quando teve sua arma roubada e foi executado em uma área de mata. Aguiar foi condenado por homicídio qualificado, com agravantes como motivo fútil, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa, além de roubo majorado.

O tribunal do júri de Santos considerou que a autoria do crime por Aguiar foi devidamente comprovada, sendo decretada a pena de 18 anos de prisão por homicídio e 10 anos e 6 meses por roubo. A juíza Andreia Aparecida Nogueira Roman também determinou que a pena fosse cumprida imediatamente, em regime fechado.

Operação Buriti para cumprir mandado de prisão

Na época do crime, o PM foi sequestrado após ir ao baile funk com uma amiga. Oito pessoas foram inicialmente denunciadas, mas três foram absolvidas por falta de provas. Zóio, apontado como o mandante do crime, morreu em confronto policial em março de 2020. Rogério, outro envolvido, foi preso em 2021. O MP solicitou uma pena mais severa, argumentando que uma condenação anterior de Aguiar deveria ser considerada na dosimetria da pena.

Em nota, o advogado de Aguiar, César Murat, afirmou que a defesa recorrerá da decisão, alegando que a única testemunha protegida afirmou que Aguiar não participou do crime. Além disso, o advogado questionou a falta de provas materiais da participação do réu no assassinato.