Delegado destaca que João do Grau usava 'laranjas' para ocultar bens, envolvendo até familiares na investigação por crimes financeiros

Gabriella Souza Publicado em 26/11/2025, às 10h44
O influenciador digital conhecido como João do Grau, cujo nome de batismo é João Victor de Souza Alves Pereira, está na mira da polícia há cerca de quatro anos por suspeita de envolvimento em rifas ilegais e lavagem de dinheiro. Com milhões de seguidores que acompanhavam sua vida de luxo nas redes sociais, o jovem foi detido nesta terça-feira (25) em Jacupiranga, no interior de São Paulo. A prisão, no entanto, ocorreu em flagrante por um motivo inesperado: porte ilegal de arma de fogo.
A operação, que envolveu o cumprimento de mandados de busca e apreensão em diversos locais, resultou na apreensão de uma grande quantidade de bens, incluindo mais de 30 veículos. A ação da polícia foi resultado de um longo trabalho de investigação que começou em 2021.
Milhões em bens e dinheiro vivo
O delegado Márcio Ivan Pinheiro informou que a investigação aponta que o influenciador chegou a movimentar uma quantia impressionante: pelo menos R$ 50 milhões. Segundo a autoridade policial, parte desse dinheiro era usada para adquirir propriedades, como fazendas de banana, compradas até mesmo em dinheiro vivo. A ostentação, que era a marca registrada do criador de conteúdo, agora virou prova no inquérito.
A Polícia Civil mira, sobretudo, nos ganhos altos e rápidos que ele obteve através de jogos de azar virtuais (as rifas), uma atividade que gerava um lucro enorme, mas sem a devida declaração e pagamento de impostos.
"Foi um trabalho demorado. Desde 2021 a gente está com esse inquérito aberto. [...] Ele angariou muito dinheiro”, destacou o delegado Pinheiro.
A blitz desta terça-feira teve como alvo 13 endereços diferentes nas regiões de Jacupiranga, Registro e Cananéia. O resultado da busca foi um show de apreensões: mais de 30 veículos de alto valor foram retirados dos imóveis.
"A gente confiscou todos os carros e motos, quadriciclo, jet ski, tudo”, detalhou o delegado.
Apesar de ser investigado por crimes financeiros, o que manteve João Victor detido foi a descoberta de armamentos irregulares em seu quarto. Durante as buscas autorizadas pela Justiça de Jacupiranga, foram encontrados:
Um revólver que estava com a numeração raspada, o que dificulta a identificação e é considerado crime grave.
Inicialmente, ele responderia por algo de menor potencial ofensivo, como o jogo de azar. Contudo, devido às provas colhidas, incluindo o armamento, o jovem agora terá que se explicar por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e porte de arma, que possuem penas muito mais altas.
Envolvimento familiar
Outro ponto levantado pela corporação é que o influenciador usava o nome de terceiros (os chamados "laranjas") para registrar o vasto patrimônio que vinha acumulando desde 2019. Isso incluía parentes próximos, como pais e avós.
“Colocou tudo [veículos e imóveis] em nome de laranja, em nome dos parentes, dos avós, dos pais”, afirmou o delegado, ressaltando que isso complica o caso: “Porque está a família inteira enrolada com ele”. Além de João, o pai dele também é investigado, e a polícia espera indiciar mais pessoas com base nos documentos e evidências apreendidas durante a operação.

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