A vice-prefeita concedeu entrevista exclusiva à rádio CBN Santos nesta quarta-feira (16)
Karina Faleiros Publicado em 16/08/2023, às 17h24
Nesta quarta-feira (16), a vice-prefeita de Santos e secretária dos Direitos Humanos de Santos, Renata Bravo, relatou aos ouvintes da CBN Santos, sobre a atual situação das pessoas em situação de rua na cidade e como a prefeitura pode ajudar nessa questão.
“Esse é um dos maiores desafios de todos os gestores dos municípios. Ninguém está na rua porque quer, sabemos que aconteceu algo pra eles estarem nessa situação, e a secretaria da mulher está à disposição dessas pessoas, pois também estamos falando de cidadania e direitos humanos", comenta.
Bravo diz que muitas mulheres e família são encontradas vivendo nas ruas da cidade. "Cada uma teve uma história que a levou pra essa situação. É uma temática muita desafiadora, não é só achar uma solução e todos irão se encaixar nessa solução”, defendeu a vice-prefeita.
Na semana passada, Brava esteve no Albergue Noturno, na Rua General Câmara, 249, no Centro, a convite da vereadora Audrey Kleys, onde esteve presente um grupo que distribui alimentos na rua, participando da comemoração ao Dia dos Pais.
“O albergue noturno era um local onde tinham 50 pessoas acolhidas, e conseguimos neste período de inverno acrescentar mais 20 vagas, portanto, tinham 70 pessoas presentes jantando conosco. Tivemos uma apresentação musical, e ao conversarmos com cada um, notamos que o que falta pra eles é uma oportunidade. E a oportunidade pra cada um, não é igual pra todos, então o poder púbico precisa estar muito atento, pois essa solução é dificílima, e não podemos desistir nunca deles”, reforçou a vice-prefeita.
Além disso, Renata conta sobre o projeto consultório na rua, onde os profissionais vão de fato até as pessoas em situação de rua, e que de alguns meses pra cá, aumentou muito o atendimento.
“Muitos resistem e batem o pé para se manter na rua, e para resolver essa questão, você precisa entender de fato o que eles passam. Ao dar dinheiro/comida, é necessário muita cautela e cuidado, pois a ideia é que essas pessoas façam as refeições dentro dos serviços de acolhimento da cidade", citou.
Santos é um município com cerca de 450 vagas de acolhimento, e muitas vezes essas vagas não são preenchidas por conta da própria reclusa dessas pessoas.
“Entre uma pessoa comer sentada numa calçada, eu prefiro que essa pessoa coma dentro de um equipamento público, de uma forma decente, digna, num local que ela possa tomar um banho e se houver uma necessidade de saúde, ela ser atendida também”, concluiu a vice-prefeita.
Desde 2021, a prefeitura de Santos possui uma parceria com a ONG Médicos do Mundo, que reúnem 150 voluntários para fazer atendimento médico às pessoas em situação de rua. Esse trabalho começou na região do mercado municipal, pois era um local de maior concentração.
Uma vez por mês, aos domingos, os voluntários se dirigem ao mercado municipal e fazem atendimentos. A prefeitura entra com a parceria dando toda a estrutura pra eles fazerem o atendimento, desde estrutura de tenda, cadeira, atendimento, junto com o SAMU e o consultório odontológico.
Atualmente eles estão em frente ao centro pop, na Rua Amador Bueno, e aos domingos eles tomam café da manha e banho, e ao sair, passam por um atendimento médico.
“Isso nos ajuda a criar vínculos com essas pessoas para entendermos os motivos que elas estão na rua, pra também ajudá-los a fazer o encaminhamento”, citou a vice-prefeita.
Por fim, o jornalista Douglas Gonçalves perguntou se existe algum tipo de cadastramento para essas pessoas em situação de rua, como uma frente de trabalho, ou para repatriá-las em casos de pessoas que vieram de uma cidade do interior, na intenção de minimizar esse volume.
“Isso tudo é feito. A secretaria de desenvolvimento social faz isso através do programa recâmbio, que trata-se dos agentes que estão na rua fazendo contato com essas pessoas, e ao identificar que uma pessoa é de fora do município, e ela manifestar um interesse em voltar, é ofertado a eles o recâmbio, e a prefeitura custeia essa despesa de passagem pra que ele volte”.
Um grande avanço, foi a iniciação do Programa Fênix, que dá uma bolsa a pessoa que aceitou ir ao abrigo e que manifestou que quer mudar de vida (pois essas coisas precisam ser manifestadas, segundo a vice-prefeita), recebendo a possibilidade de uma bolsa que hoje gira em torno de um salario mínimo.
A pessoa que aceitou, vai continuar no abrigo e vai trabalhar num equipamento do município, e então vai trabalhar numa prefeitura regional.
“Temos pessoas que já possuíam uma formação e por conta e uma desestrutura familiar, foi pra rua. Porém, ao completar essas etapas do programa, a pessoa pode ser encaminhada para trabalhar na secretaria de finanças, trabalhando durante 18 meses, que é o tempo que entendemos que ela possa se recompor, conseguindo um local para morar, e conseguindo um outro trabalho também”, finalizou.
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