MISTÉRIO

Descubra o motivo pelo qual a família de Eduardo Campos move ação na Justiça Federal de Santos

PF apontou quatro possíveis causas para o acidente, conforme divulgado pela família após reunião com investigadores em 2018

PF apontou quatro possíveis causas para o acidente, conforme divulgado pela família após reunião com investigadores em agosto de 2018 - Imagem: Reprodução/Twitter
PF apontou quatro possíveis causas para o acidente, conforme divulgado pela família após reunião com investigadores em agosto de 2018 - Imagem: Reprodução/Twitter

Alanis Ribeiro Publicado em 14/08/2024, às 08h46


Há dez anos, o avião ocupado por Eduardo Campos, então candidato à presidência, caiu no dia 13 de agosto de 2014, em Santos. Os familiares ainda buscam respostas sobre o que ocasionou o acidente que resultou na morte do político e dos outros seis tripulantes. 

Enquanto os filhos e a viúva, Renata Campos, dedicam-se a manter o legado político e pessoal de Eduardo, seu irmão, o advogado Antônio Campos, ainda enfatiza suas qualidades e persiste em investigar as causas do acidente fatal.

 Antônio e a mãe de Eduardo, Ana Arraes, ex-ministra do Tribunal de Contas da União, estão buscando na Justiça Federal de Santos a reabertura da investigação para a coleta de novas provas.

A Polícia Federal (PF) apontou quatro possíveis causas para o acidente, conforme divulgado pela família após reunião com investigadores em agosto de 2018. Contudo, em 2019, o Ministério Público Federal arquivou o caso sem uma conclusão definitiva. 

Antônio Campos critica esses relatórios, alegando que o do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) é tecnicamente deficiente e o da Polícia Federal é inconclusivo, e suspeita que o acidente possa ter sido intencional, considerando a hipótese de homicídio.

Eduardo, à época, era candidato a presidente pelo PSB e viajava para uma agenda de campanha no litoral paulista.

Atualmente, Antônio Campos é candidato a prefeito de Olinda pelo PRTB e não mantém contato com a viúva do irmão. Suas posições políticas diferem das da família Campos; em 2022, por exemplo, ele votou no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, evita discutir publicamente a morte do filho. De acordo com Antônio, ela continua abalada, mas tem boa saúde aos 77 anos. Ana se aposentou do TCU em julho de 2022, encerrando sua carreira na vida pública.

Ela recebeu a notícia da morte do filho no TCU. O então ministro José Múcio Monteiro, que também estava presente, descreve o momento como um dos piores de sua vida. Ana sofreu uma elevação significativa da pressão arterial e teve de ser assistida por uma equipe médica do local.

Na noite anterior ao acidente, Eduardo Campos concedeu uma entrevista ao Jornal Nacional, a qual ele acreditava ser crucial para sua campanha. Após a entrevista, ele ligou para a família para comentar, mencionando que esqueceu de discutir uma proposta sobre a 13ª parcela do Bolsa Família.

João Campos, herdeiro político da família, não conversou com o pai antes do acidente e soube da tragédia pela imprensa, ao ver fotos do avião destruído. Pedro Campos foi acordado por seu irmão José, que havia visto a notícia do acidente e estava preocupado. Renata Campos, viúva de Eduardo, estava voltando do Rio de Janeiro com o filho mais novo.

Eduardo dividia seu tempo entre política e família, realizando muitas reuniões políticas em casa. João lembra com emoção da vitória do pai em 2006 e da celebração no Marco Zero do Recife. A viúva, economista como Eduardo, evita dar entrevistas e participa de eventos políticos e homenagens ao marido. O politico era muito exigente com a educação dos filhos e faleceu no mesmo dia que o ex-governador Miguel Arraes, uma data marcante para a história do PSB de Pernambuco.