Consumo de Moluscos

Ingestão de moluscos vem causando intoxicações no litoral de SP

Foram registrados seis casos em Peruíbe; não houve internações

Ingestão de moluscos vem causando intoxicações no litoral de SP - Imagem: Reprodução/Freepik
Ingestão de moluscos vem causando intoxicações no litoral de SP - Imagem: Reprodução/Freepik

Maria Clara Campanini Publicado em 21/08/2024, às 15h09


Nos últimos dias, a Prefeitura de Peruíbe, litoral de São Paulo, registrou suspeita de seis casos de intoxicação por moluscos bivalves. No início do mês, foi encontrado uma alta concentração de microalgas tóxicas nas praias da cidade. A cidade chegou a ser proibida de comercializar os moluscos, mas nesta semana foi liberado.

Segundo a Vigilância Epidemiológicas intoxicações não geraram nenhuma internação. Não foi informado como os casos foram registrados.

No dia 12 de agosto foi publicado o comunicado proibindo o consumo e venda dos animais, vindo das cidades de Peruíbe, Itanhaém, Praia Grande e Cananéia.

Então a Vigilância Sanitária de Peruíbe fez vistorias nos restaurantes e estabelecimentos que comercializavam frutos do mar. Três comércios foram interditados de forma cautelar.

Os estabelecimentos tinham estoques de regiões como Fortaleza, Santa Catarina ou Chile. Ou de datas anteriores a proibição.

Segundo a nota técnica, feita pelo governo estadual na última terça-feira (20), os grupos de Vigilância Sanitária deverão inutilizar os produtos interditados cautelarmente em cumprimento à primeira determinação.

Liberação em Cananéia

Nesta terça-feira (20), foi anunciado a liberação para o consumo e venda de moluscos bivalves em Cananéia, litoral de SP, após novas análises. De acordo com o governo a orientação é para o cultivo produzidos a partir de 13 de agosto.

“A pasta permanece realizando coletas periódicas em áreas onde há cultivos cadastrados junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária e os produtores devem realizar seu cadastro junto à unidade da CDA mais próxima para adesão ao plano de monitoramento”, relata em nota enviada ao g1.

Os outros locais não foram feitos coletas pois não há registro de viveiros cadastrados.

Resultados

A decisão foi após a Defesa Agropecuária realizar uma nova coleta de água e moluscos, na terça (13) e quarta-feira (14), em diferentes pontos do Litoral de São Paulo.

A nova amostragem liberou a venda e consumo a partir de uma portaria do Sistema de Defesa Agropecuária (SDA) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

De acordo com laudo, obtido pelo g1, em Itapitangi, não teve a presença de ácido domóico e toxinas equivalentes a azaspirácidos. O ácido ocadaico, o limite era de 160,  o resultado foi 117,5. Já no Porto Cubatão, o resultado deu negativo para as duas toxinas.

“A ingestão de ácido ocadaico é relacionada à síndromes diarréicas, náuseas, vômitos e dor abdominal a partir de 30 minutos a algumas horas após a ingestão. O tratamento térmico – cozinhar, congelar, ferver – não elimina a toxina, e a presença dela não causa alterações organolépticas, cheiro, gosto e cor nas ostras e mariscos”, falou Ieda Dalla Pria Blanco, coordenadora do Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PEMMOBI).

Segundo ela, “[o resultado] significa que os animais absorveram toxinas produzidas pelas microalgas, mas ou já depuraram um pouco ou não absorveram o suficiente para que a contaminação chegasse ao nível crítico, que pode causar agravos à saúde humana”, disse ela.

De acordo ela, outro fato importante é que a contaminação pode vir de outras fontes, como bactérias no cultivo, desde a manipulação dos alimentos, preparo e até transporte ou acondicionamento.