Corpo do idoso foi encontrado em situação de descaso, levantando suspeitas de maus-tratos familiares
Alanis Ribeiro Publicado em 11/02/2025, às 10h13
A Polícia Civil de Santos iniciou uma investigação sobre as circunstâncias da morte de um idoso em seu próprio apartamento. O caso ganhou contornos mais complexos ao envolver a filha dele na apuração dos fatos.
As informações foram detalhadas ao g1 pela delegada Fernanda dos Santos Souza, responsável pelo caso. Segundo ela, um dos filhos do falecido revelou, durante o interrogatório, que ele e a mãe, diagnosticada com Alzheimer, permaneceram abraçados ao corpo do idoso. "Quando o questionei sobre o motivo de seu pai ainda estar ali, ele respondeu: 'Porque a minha mãe estava abraçada nele e eu também'", relatou a delegada.
A investigação agora se concentra no filho do idoso, de 47 anos, e na irmã dele, cuja identidade não foi divulgada. A polícia suspeita que o filho possa estar enfrentando distúrbios psiquiátricos ou dependência química, embora ele negue essas alegações.
"Não tínhamos elementos suficientes para efetuar sua prisão, já que não conseguimos estabelecer uma relação direta entre a causa da morte e possíveis maus-tratos", afirmou a delegada. O laudo necroscópico é aguardado para determinar se a morte foi natural ou se houve negligência.
A filha do idoso poderá responder por abandono material e maus-tratos, dependendo dos resultados da investigação. A delegada também mencionou que a mulher possui uma medida protetiva contra o irmão, mas destacou que isso não a exime de prestar assistência aos pais.
Sobre a permanência do corpo no apartamento, Fernanda classificou a situação como negligente, mas sem indícios de intencionalidade. "Se os maus-tratos forem comprovados, poderão haver penalizações", acrescentou.
Após o ocorrido, a idosa foi encaminhada para um abrigo e está sob acompanhamento da Assistência Social. O filho, por sua vez, retornou ao imóvel, que foi considerado inabitável. Medidas estão sendo tomadas junto ao Ministério Público para garantir a limpeza e a adequação da residência.
O caso começou a ser investigado quando agentes da Delegacia de Proteção ao Idoso foram até o apartamento da família, no bairro Embaré, para cumprir um mandado de busca e apreensão expedido pela Vara da Infância, Juventude e Idoso. Os policiais relataram dificuldades para acessar o local, sendo necessário acionar um chaveiro. No interior do imóvel, encontraram o corpo do idoso ao lado da esposa e de um dos filhos.
As autoridades registraram o caso como morte suspeita, encontro de cadáver e exposição à integridade física e à saúde. As investigações seguem em andamento.
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