Itanhaém

Menino de 2 anos sofre grave acidente em creche no litoral de São Paulo

A mãe criticou a conduta da creche; prefeitura abriu sindicância

Menino de 2 anos sofre grave acidente em creche no litoral de São Paulo - Imagem: Reprodução/ g1
Menino de 2 anos sofre grave acidente em creche no litoral de São Paulo - Imagem: Reprodução/ g1

Maria Clara Campanini Publicado em 13/09/2024, às 11h58


Em Itanhaém, litoral de São Paulo, uma criança de apenas 2 anos quebrou o fêmur ao ser empurrada por colega em uma creche municipal. A mãe relatou que não houve ajuda dos profissionais de saúde. Recebeu apenas uma mensagem, relatando que a criança chorava muito.

O caso ocorreu no dia 20 de agosto, na creche Carlos Mayer Filho, localizada no bairro Savoy. Foi aberto uma sindicância pela Prefeitura de Itanhaém.

Em conversa com o g1, a mãe relatou, que ao chegar na creche encontrou o filho chorando, só de fralda e camiseta. Ainda ressaltou que não foi acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e acabou levando a criança a uma unidade de saúde em carro de aplicativo.

"Não prestaram socorro, o correto seria terem ligado no Samu e terem encaminhado meu filho para atendimento rápido". Segundo Ana Paulo Monteiro, mãe da criança. De acordo com um dos profissionais da escola uma criança diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) estava correndo e acabou empurrando o menino.

"A criança é quase o dobro do tamanho dele, veio correndo, o empurrou e ele caiu com as pernas abertas. Elas [funcionárias] pegaram meu filho e não chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)", relatou a mãe.

O menino foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) infantil, porém, não tinha equipamentos de Raio X, então acabou indo a uma unidade destinada a adultos. No exame foi confirmado que o menino tinha quebrado o fêmur.

"Engessaram meu filho e falaram que teria que ficar [assim], no mínimo, por dois meses. A coordenadora da creche tirou o corpo fora, jogou a culpa na criança que empurrou meu filho", falou Ana Paula.

Segundo a mãe, os funcionários ainda pediram para não falar o que aconteceu no grupo dos pais. "A educação está uma porcaria. Eles estão pouco se lixando e colocam qualquer pessoa despreparada. [...] são 12 crianças para 4 pessoas [cuidarem]".

Ana Paulo ainda afirma, que a criança que empurrou seu filho já apresentava sinais agressivos, portando a creche deveria redobrar o cuidado "Não estou culpando a criança. Meu filho tem a mesma idade, mas foi erro das tias e da coordenação".

O acidente

A mãe retornou a creche no dia seguinte, questionando o porquê não havia recebido no mínimo uma ligação. Agora ela terá que ficar sem trabalhar para cuidar do filho com apoio da irmã.

"Em nenhum momento me deram suporte. Sou autônoma e vou ficar praticamente dois meses cuidando do meu filho. Ninguém da prefeitura se manifestou, [só] falaram que iam abrir um procedimento interno", disse.

Depois que o menino foi engessado, a mãe teve que acionar o Samu para levá-lo ao hospital, já que estava com muita dor. "Foi medicado, ficou em observação e deram até Diazepam [calmante] porque ele não conseguia dormir".

Na escola ninguém se responsabilizou pelo acidente, "Estou muito revoltada com a creche, com a prefeitura. Estão agindo como se nada tivesse acontecido", falou Ana Paula.

O acidente foi registrado no 3º Distrito Policial (DP) de Itanhaém como lesão corporal e encaminhado para o 1º DP, responsável pela área dos fatos.

A Prefeitura

A Prefeitura abriu sindicância para apurar os fatos e responsabilidade, a partir da secretária de Educação, Cultura e Esportes, e está prestando apoio à família, e já se reuniu com a mãe e profissionais da escola para esclarecimentos.

A Prefeitura lamenta o que ocorreu e afirma que todos os trabalhadores da escola recebem treinamento, por conta da Lei Lucas (primeiros socorros).