INVESTIGAÇÃO

Operação Faketech: influenciador envolvido em esquemas de jogos e lavagem de dinheiro

Polícia Civil cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte

Os influenciadores ainda não se pronunciaram sobre as investigações em curso - Imagem: Reprodução/ Redes Sociais
Os influenciadores ainda não se pronunciaram sobre as investigações em curso - Imagem: Reprodução/ Redes Sociais

Alanis Ribeiro Publicado em 30/12/2024, às 16h45


O influenciador digital Ruyter Poubel, de 27 anos, que se apresenta como um bilionário, inteligente e filantropo, é alvo de investigações da Polícia Civil na Baixada Santista pela Operação Faketech, que apura crimes praticados em plataformas online. 

Ruyter, que acumula uma mais de 20 milhões de seguidores, exibe uma vida de alto padrão, com carros luxuosos e uma mansão imponente. Apesar de alegar riqueza e sucesso, ele afirma ter enfrentado dificuldades financeiras na juventude, após sua família perder tudo quando ele tinha 15 anos. Durante esse período, viveu em condições precárias e dependia de doações alimentares.  

Para mudar sua situação, Ruyter pegou dinheiro emprestado de um amigo para abrir uma barraca de cachorro-quente. No entanto, sem o alvará necessário, o negócio não prosperou. Inspirado por um colega que ganhava dinheiro online, decidiu se aventurar no mundo digital.  

Segundo informações disponíveis, Ruyter obteve ganhos significativos através do marketing digital e passou a vender cursos sobre vendas online e apostas em plataformas digitais. Ele frequentemente compartilha dicas de como ganhar dinheiro e exibe seu estilo de vida luxuoso em suas publicações.  

A Operação Faketech investiga práticas relacionadas a jogos online ilegais, como os “jogos do tigrinho”, cassinos e apostas esportivas. As autoridades apuram crimes como estelionato eletrônico e lavagem de dinheiro. Conforme as investigações, Ruyter teria lucrado com a venda de cursos sobre jogos digitais e recebido comissões sobre as perdas financeiras dos seguidores nas casas de apostas.  

Além disso, ele teria colaborado com outro influenciador, Jonathan Martins Pacheco, para criar plataformas próprias de apostas e empresas vinculadas a um esquema financeiro complexo. Essas empresas estão registradas em nome de outras seis pessoas, todas sob investigação.  

A polícia alega que o patrimônio exibido por Ruyter nas redes sociais provém das perdas financeiras de vítimas que acreditavam nas promessas de ganhos em jogos de azar online. As empresas investigadas acumulam mais de sete mil reclamações no site "Reclame Aqui", além de diversas ocorrências judiciais.  

Recentemente, a Polícia Civil cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, incluindo propriedades ligadas a Ruyter e Jonathan. Até o momento, detalhes sobre os itens apreendidos não foram divulgados.  

Em entrevistas à mídia, as autoridades ressaltaram que muitos sites promovem supostas apostas esportivas enquanto disfarçam links para jogos de azar ilegais, criando um ambiente altamente prejudicial aos apostadores.  

Os influenciadores ainda não se pronunciaram sobre as investigações em curso.