Prefeitura de Santos mostra incentivo para alinhar prédios tortos

Realinhamento de pelo menos 65 dos 319 imóveis da cidade que enfrentam a situação mais crítica

Realinhamento de pelo menos 65 dos 319 imóveis da cidade que enfrentam a situação mais crítica - Imagem: Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal
Realinhamento de pelo menos 65 dos 319 imóveis da cidade que enfrentam a situação mais crítica - Imagem: Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal

Alanis Ribeiro Publicado em 12/09/2024, às 11h58


A Prefeitura de Santos sinalizou na terça-feira (10) a possibilidade de colaborar com a associação dos síndicos dos prédios inclinados para encontrar uma solução econômica para o realinhamento de pelo menos 65 dos 319 imóveis da cidade que enfrentam a situação mais crítica.

Durante uma reunião com aproximadamente 20 síndicos, o secretário de Governo Fábio Ferraz mencionou que, após consulta à Caixa Econômica Federal, a Prefeitura poderia atuar como fiadora ou avalista de um eventual financiamento bancário para a recuperação dos edifícios.

Ferraz destacou que essa proposta representaria uma inovação jurídica, exigindo a aprovação da Câmara Municipal por meio de uma lei autorizativa. A ideia seria que o poder público garantisse um financiamento para as intervenções nos condomínios afetados, conforme representado pela associação.

O advogado Marcelo Marsaioli acrescentou que, além da aprovação da Câmara, todo o processo de parceria entre a Prefeitura e a associação precisaria ser submetido ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) para evitar futuros problemas jurídicos.

A situação dos imóveis inclinados em Santos é alarmante, com inclinações variando de 1,0 a 1,5 centímetro por ano e custos de recuperação estimados em cerca de R$ 20 milhões por prédio. O engenheiro Evandro Rossi Dasambiagio explicou que a solução envolve fundação profunda, corte e reforço de pilares, e requer que os moradores saiam durante o dia.

A inclinação não causará colapso lateral, mas pode levar a um colapso vertical. Os bairros mais afetados são Embaré, Boqueirão e Aparecida, com edifícios históricos, incluindo o local onde Pelé comprou seu primeiro imóvel.