São Vicente

Uso de taser por médico em São Vicente gera polêmica e afastamento

Após conflito sobre atendimento, afastamento do médico é confirmado; investigação em andamento

Uso de taser por médico em São Vicente gera polêmica e afastamento - Imagem: Divulgação/ Prefeitura de Santos
Uso de taser por médico em São Vicente gera polêmica e afastamento - Imagem: Divulgação/ Prefeitura de Santos

Maria Clara Campanini Publicado em 31/10/2024, às 15h49


Um incidente ocorrido no Pronto-Socorro Central de São Vicente, litoral de São Paulo, está gerando controvérsias e investigações. O fato envolve um médico que supostamente utilizou uma arma de choque contra um acompanhante de paciente, após uma discussão relacionada à ordem de atendimento.

O Sindicato dos Médicos das regiões de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão e Praia Grande, conhecido como Sindimed, divulgou uma nota onde o médico acusado afirma ter agido em legítima defesa. Segundo a declaração, o profissional teria reagido após receber um soco do acompanhante da criança, utilizando o dispositivo para se proteger. O sindicato ainda critica a falta de apoio por parte da equipe do pronto-socorro durante o incidente.

A situação teve início na última sexta-feira (25), quando um pai questionou o médico sobre a posição de seu filho na fila de atendimento. Conforme relato à polícia, o pai alegou ter sido ignorado e posteriormente agredido pelo médico com um taser após insistir na pergunta. O boletim de ocorrência registra que o médico tentou fechar a porta do consultório, sendo impedido pelo homem, momento em que ocorreu o uso do dispositivo elétrico. Além disso, há menção ao uso potencial de spray de pimenta pelo médico, o que não ocorreu devido à reação dos presentes.

Em resposta aos acontecimentos, a Prefeitura de São Vicente anunciou o afastamento do médico e ressaltou seu compromisso com a investigação dos fatos. A Secretaria da Saúde do município destacou a inexistência de um protocolo obrigatório para triagem pediátrica segundo as diretrizes do Ministério da Saúde, justificando assim a ausência de tal procedimento na unidade.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) confirmou que o caso foi registrado como lesão corporal e que a vítima foi orientada sobre os passos legais necessários para dar continuidade ao processo criminal.

O incidente traz à tona discussões sobre segurança e protocolos em unidades de saúde pública, além de evidenciar a necessidade urgente de medidas que assegurem tanto a integridade física dos profissionais quanto dos pacientes e seus acompanhantes.