Polícia

Por "não dar trabalho": irmã de 14 anos "poupou" caçula em incêndio fatal no Guarujá

A jovem alegou que poupou a irmã de cinco anos por não dar trabalho, enquanto buscava informações sobre explosões na internet

O incêndio em Guarujá deixou uma bebê de 11 meses morta e um irmão de dois anos em estado grave; a adolescente confessou o crime - Imagem: Reprodução
O incêndio em Guarujá deixou uma bebê de 11 meses morta e um irmão de dois anos em estado grave; a adolescente confessou o crime - Imagem: Reprodução

Redação Publicado em 16/07/2025, às 10h04


Um caso trágico abalou Guarujá nesta semana. Uma adolescente de 14 anos, detida por incendiar um apartamento com seus irmãos menores dentro, revelou à polícia ter "poupado" a vida de uma irmã de cinco anos. Segundo o delegado Glaucus Vinicius Silva, a menina alegou que essa irmã "não dava trabalho", ao contrário dos outros dois. Uma bebê de 11 meses, infelizmente, morreu no local, e um irmão de dois anos está internado em estado grave.

O incêndio e o resgate heroico

O lamentável episódio aconteceu na tarde da última segunda-feira (14), por volta das 14h10, em um conjunto de apartamentos na Rua 109, no bairro Cantagalo. A Polícia Militar foi acionada, mas, ao chegar, o fogo já havia sido controlado por moradores do prédio.

Conforme a Polícia Militar, um homem teve a coragem de entrar no apartamento em chamas pela janela e conseguiu tirar as duas crianças. A bebê de 11 meses, contudo, não resistiu e faleceu por inalar muita fumaça. Já o irmão, de dois anos, foi internado em estado grave na UTI pediátrica do Hospital Santo Amaro, com ferimentos nas vias aéreas e queimaduras de primeiro grau no rosto.

Frieza e pesquisas na internet

Em depoimento à Polícia Civil, a adolescente confessou que incendiou o apartamento porque estava exausta de cuidar dos dois bebês. O delegado Glaucus Vinicius Silva contou que a menina revelou ter poupado a irmã de cinco anos, que, na hora do incêndio, estava brincando em um parque próximo à residência.

O delegado também revelou um detalhe chocante: a adolescente fez buscas na internet sobre "quanto tempo demoraria para explodir um botijão de gás". Segundo o relato dela, a explosão confirmaria a morte das crianças.

A prisão e os próximos passos

Ainda conforme o delegado Glaucus, a menina descreveu os detalhes do caso durante seu depoimento. Ela contou que colocou os bebês para dormir, pegou um pedaço de papel, fez uma trouxinha e colocou fogo no tapete. Após trancar as crianças em um quarto, abriu a válvula de gás e saiu "de maneira muito fria e calculada".

"Ela pega os dois sapatinhos dos bebês, que relatam o início de vidas [...], pega as chaves do apartamento, sai, tranca a porta, desce as escadas, vai até o imóvel vizinho de uma pessoa conhecida e, de uma maneira muito fria, anuncia: 'Aqui está a última recordação dos meus irmãos, porque eles já estão mortos mesmo", afirmou o delegado, ressaltando a frieza da adolescente.

A adolescente foi internada na Fundação Casa, onde deve permanecer por um período mínimo de 90 dias. Ela vai responder por atos infracionais análogos à tentativa de homicídio e ao homicídio consumado, devido à gravidade do crime e suas intenções. O caso segue sob investigação das autoridades.