Ex-diretor de Futebol defende mais investimento no futebol e questiona estratégia de redução de dívida “a qualquer custo”

Jorge Simonsen Publicado em 01/12/2025, às 15h17
Carlos Belmonte deixou a diretoria de futebol do São Paulo marcando posição clara contra a gestão financeira conduzida pelo presidente Julio Casares. Para o ex-dirigente, a estratégia atual de priorizar a redução da dívida, sem investir na formação de um elenco mais forte, não é suficiente para recolocar o clube em rota competitiva.
Nesta temporada, o Tricolor contratou nove jogadores, Oscar, Tapia, Cédric, Wendell, Enzo Díaz, Dinenno, Rafael Tolói, Rigoni e Maílton, mas sem adquirir direitos econômicos. A política mais conservadora, adotada para conter o endividamento de R$ 912 milhões, não tem o apoio de Belmonte.
O dirigente lembra que o clube fechou 2024 com déficit de R$ 287,6 milhões e defende que resultados esportivos são essenciais para reverter o cenário.
Segundo ele, o São Paulo corre o risco de ficar estagnado sem um investimento mínimo:
Não existe resultado sem investimento. Palmeiras e Flamengo estão no topo porque podem contratar mais. Nós não teremos o mesmo nível de aporte, mas é preciso definir o que queremos como instituição. Reduzir dívida a qualquer custo não é, na minha visão, o melhor caminho.
Belmonte afirma que reduzir R$ 30, 40 ou 50 milhões por temporada, sem fortalecer o elenco, tem pouco impacto diante de um passivo próximo de R$ 1 bilhão. Para ele, um time mais competitivo gera receita e acelera o processo de recuperação financeira.
Mesmo crítico à política atual, Belmonte não acredita que o São Paulo vá brigar contra o rebaixamento:
Com menos investimento, o risco aumenta, mas não vejo chance concreta de queda. Estamos em oitavo no Brasileirão e terminamos a Libertadores em quinto. O problema é permanecer como time de meio de tabela. Se não houver investimento, uma temporada ruim pode custar caro.
O ex-diretor deixou o cargo na última sexta-feira, um dia após a goleada sofrida para o Fluminense por 6 a 0, no Maracanã. Conselheiro desde 2021, ele segue na base de apoio que sustenta a gestão de Julio Casares, mas prefere guardar suas propostas para um futuro debate interno:
— Tenho minhas ideias, mas não sou o presidente. Passo a ele sempre que possível. Acredito que o caminho é investir no futebol para sair da situação atual.
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