Acidente aéreo

Empresa responsável pelo avião que caiu com candidato a presidência pagará indenização

O acidente com então candidato Eduardo Campos caiu em Santos deixando todos passageiros mortos

Empresa responsável pelo avião que caiu com candidato a presidência pagará indenização - Imagem: Reprodução/ Alesp/ Tânia Rego/ Agência Brasil
Empresa responsável pelo avião que caiu com candidato a presidência pagará indenização - Imagem: Reprodução/ Alesp/ Tânia Rego/ Agência Brasil

Maria Clara Campanini Publicado em 21/11/2024, às 12h19


Em agosto de 2014, a trágica queda do avião que transportava o então candidato à presidência da República, Eduardo Campos, completou uma década. Mesmo após tantos anos, algumas questões judiciais permanecem pendentes, incluindo o caso de uma academia local cujo proprietário teve de desembolsar cerca de R$ 2 milhões para reconstruir seu negócio destruído pelo acidente. Recentemente, a Justiça ordenou que a empresa dona da aeronave, AF Andrade Empreendimentos LTDA, indenize os custos das reformas e pague R$ 20 mil por danos morais.

A aeronave envolvida era um Cessna 560XL Citation Excel, registrada sob o prefixo PR-AFA. No fatídico 13 de agosto de 2014, o avião partiu do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, rumo à Base Aérea de Santos, em Guarujá, litoral de SP. Naquele dia, a região enfrentava chuvas intensas e baixas temperaturas. Por volta das 10h, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender ao acidente que ocorreu em um terreno baldio no bairro Boqueirão. Os destroços atingiram também edificações comerciais e residenciais adjacentes, resultando em ferimentos leves em dez pessoas que necessitaram de assistência médica.

Ao chegar ao local da queda, as autoridades confirmaram o falecimento de Eduardo Campos e dos demais ocupantes: Alexandre Severo e Silva (fotógrafo), Carlos Augusto Leal Filho (assessor), Pedro Valadares Neto (assessor e ex-deputado federal), Marcelo de Oliveira Lyra (cinegrafista), além dos pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins.

Em relação à academia danificada, duas ações judiciais prosseguiam em segunda instância por danos morais e lucros cessantes. Em outubro, foi proferida a condenação definitiva. O Partido Socialista Brasileiro (PSB), ao qual Campos era afiliado, foi isento de responsabilidade por ser apenas usuário do serviço aéreo.

Outra família afetada pelo desastre mantém um processo desde 2015 pleiteando reparações por danos morais, materiais e estéticos após uma criança ter sofrido queimaduras devido ao contato com uma turbina da aeronave que atingiu sua residência alugada.

Investigação sobre as causas do acidente

A Polícia Federal encerrou seu inquérito em 2018 apresentando quatro possíveis causas para o acidente: colisão com um objeto externo, desorientação espacial dos pilotos, falha no profundor (componente do estabilizador horizontal responsável pelo controle da altitude) e falha no compensador do profundor. Apesar das hipóteses levantadas, o processo foi arquivado em 2019 sem a determinação conclusiva da causa. No ano anterior, o irmão de Campos solicitou a reabertura do caso, mas os órgãos competentes negaram por falta de novos elementos.

Quem foi Eduardo Campos

Eduardo Campos nasceu em 10 de agosto de 1965 e acumulava vasta experiência política antes da tragédia. Ele governou Pernambuco por dois mandatos e presidiu o Partido Socialista Brasileiro. Natural do Recife, Campos iniciou sua trajetória política na universidade como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia. Desde jovem, ele esteve rodeado por figuras influentes da política brasileira. Coincidentemente, sua morte ocorreu exatamente nove anos após o falecimento de seu avô Miguel Arraes, outro importante líder político pernambucano.