Leonardo Silva dos Santos, de 22 anos, foi torturado e morto após ser atraído por criminosos em um prédio abandonado
Gabriel Nubile Publicado em 10/06/2025, às 11h11
Uma chocante trama de tortura, morte e roubo via PIX que culminou com o corpo de um jovem queimado em uma praça teve suas investigações oficialmente encerradas. A Polícia Civil de Praia Grande concluiu o caso do assassinato de Leonardo Silva dos Santos, de 22 anos, após a apreensão de uma jovem de 18 anos na última sexta-feira (06). Dois homens já haviam sido detidos anteriormente por envolvimento no crime.
Leonardo foi atraído para um prédio abandonado em Praia Grande, onde foi rendido, torturado e brutalmente morto a facadas. Os criminosos, que premeditaram a ação, transferiram mais de R$ 5 mil da conta bancária da vítima usando o sistema PIX. Após o assassinato, ocultaram o corpo por dois dias antes de atear fogo em uma praça, na tentativa de apagar os vestígios do crime.
A Trama da indenização e os dias finais de Leonardo
As investigações revelaram que o trio de criminosos premeditou o assassinato depois que Leonardo tornou público que havia recebido uma indenização de R$ 10 mil. O jovem, que havia trabalhado em um quiosque de seu tio, retornou a Praia Grande após um período de tratamento de dependência química em Pernambuco. Ao não ser recontratado, ele pediu uma indenização pelo tempo de serviço. Em 25 de janeiro de 2023, Leonardo recebeu a transferência via PIX de R$ 10 mil e, ingenuamente, compartilhou a notícia com outras pessoas, o que selou seu destino.
No dia 29 de janeiro de 2023, Leonardo foi visto pela última vez. Ele e seu companheiro saíram para comprar lanches e encontraram Luiz Gustavo dos Santos Vieira, conhecido como 'Menóia'. Os três seguiram para uma adega para comprar bebidas e cigarros. Após retornar para casa, Leonardo se arrumou e saiu novamente com Luiz. Seu companheiro relatou à polícia que ficou na residência do casal, sendo esse o último momento em que viu Leonardo vivo.
Tortura, morte e ocultação do cadáver
Entre os dias 29 e 30 de janeiro de 2023, a barbárie se concretizou. A Polícia Civil registrou que Leonardo foi atraído por Luiz Gustavo para um prédio abandonado na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas. No local, a vítima foi rendida por Luiz Gustavo, Rafael Menegatto e Ana Beatriz Aparecida de Lima. Ali, ele foi torturado e morto com golpes de faca. Em seguida, os criminosos realizaram as transferências de mais de R$ 5 mil da conta de Leonardo e ocultaram o cadáver por dois dias, planejando o que fazer com o corpo.
Em 31 de janeiro de 2023, câmeras de segurança flagraram, por dois ângulos diferentes, três pessoas transportando o corpo de Leonardo enrolado em um colchão e sobre um carrinho. A Polícia Civil confirmou que os criminosos seguiram com o cadáver até um terreno baldio na Praça James Francis Smith, onde atearam fogo na tentativa de apagar os vestígios do crime. Nesse mesmo dia, o companheiro da vítima registrou um Boletim de Ocorrência de desaparecimento.
O corpo carbonizado de Leonardo foi encontrado em 1º de fevereiro de 2023, depois que a Polícia Militar foi acionada por um homem que passava pela praça e sentiu um forte cheiro vindo do terreno baldio.
Justiça e prisão da última envolvida
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), levaram à prisão de Luiz Gustavo, apontado como o responsável por atrair a vítima e ficar com parte do dinheiro, e Rafael Menegatto, que foi identificado como o autor do assassinato e também das transferências via PIX. As datas exatas das prisões deles não foram divulgadas.
Em 7 de junho de 2024, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apresentou a denúncia contra os dois homens, que foi aceita pela 2ª Vara Criminal de Praia Grande. Poucos meses depois, em 7 de novembro de 2024, a Justiça condenou os dois: Rafael Menegatto recebeu uma pena de 29 anos, 2 meses e 12 dias de reclusão, enquanto Luiz Gustavo foi sentenciado a 21 anos de reclusão. A sentença foi assinada pelo juiz Antonio Carlos Martins, da 2ª Vara Criminal da cidade.
Finalmente, em 6 de junho de 2025, o caso foi declarado encerrado com a apreensão de Ana Beatriz Aparecida de Lima, de 18 anos. A corporação explicou que ela participou do crime enquanto ainda era menor de idade. Por isso, foi recolhida e apresentada à Fundação Casa II de Praia Grande, onde permanecerá à disposição da Justiça. O advogado Giuliano Luiz Teixeira Gaino, defesa de Ana Beatriz, considerou a internação provisória "precipitada", argumentando que "nada há de concreto que comprove a participação da adolescente no grave crime apurado" e que a defesa apresentará provas de sua inocência durante o processo.
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