Ação da Polícia Civil investiga lavagem de dinheiro e contratos suspeitos na região, além de bloqueios milionários e prisões em várias cidades do estado

Lívia Gennari Publicado em 09/06/2025, às 18h09
A Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), da Polícia Civil de Mogi das Cruzes, realizou na última sexta-feira (6), a segunda fase da Operação Decurio, cumprindo 16 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do estado de São Paulo. A ação, autorizada pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, é a continuidade de uma investigação complexa iniciada no ano passado.
Etapa inicial foi decisiva
Deflagrada em agosto de 2024, a primeira fase da operação, dfoi um grande sucesso, resultando na prisão temporária de 13 pessoas e no cumprimento de 60 mandados de busca e apreensão em 15 municípios paulistas. Na ocasião, foram apreendidos 20 celulares, sete veículos, três armas de fogo, além de valores em dinheiro que somaram R$ 25 mil e US$ 4,6 mil, e diversos relógios de luxo. A Justiça também determinou o bloqueio de bens da organização que ultrapassou R$ 8,1 bilhões.
A investigação revelou um esquema personalizado que envolvia tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e comunicação interna entre membros de uma facção criminosa. Entre os suspeitos estavam líderes da organização, advogados e agentes públicos suspeitos de facilitar as atividades ilegais. Um destaque foi o papel estratégico das “cunhadas”, mulheres de integrantes presos que garantiam a comunicação entre os detentos e os membros da facção que estavam soltos.
Além disso, a polícia descobriu um plano da organização para se infiltrar nas eleições municipais de 2024, lançando candidatos ligados ao grupo para cargos eletivos.
A investigação identificou também o uso de uma empresa de refino e distribuição de combustíveis, com sede na capital paulista e filiais em várias cidades, como fachada para lavagem de dinheiro. Uma empresa de transporte público, que manteve contratos suspeitos com a Prefeitura de Cubatão entre 2010 e 2017, também está sendo investigada. Há indícios de tentativas de interferência no processo legislativo para beneficiar a organização criminosa.
Nova investida amplia cerco à facção
Já na segunda fase da operação, as buscas aconteceram nas Zonas Leste e Sul da capital paulista, São Bernardo do Campo, Diadema, Praia Grande, Campinas, Paulínia e Jaguariúna. Foram apreendidos joias, documentos, aparelhos eletrônicos, relógios de luxo e dois veículos blindados de alto valor. Além disso, foram bloqueados R$ 90,4 milhões em bens e 82 veículos vinculados aos investigados.
Cerca de 90 policiais civis participaram da ação, que segue em andamento para identificar novos envolvidos e aprofundar as conexões da facção com setores públicos e privados.
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