INVESTIMENTO

Saiba como dona de ferro velho consegue faturar 25 mil reais mensais

Revitaliza panelas descartadas, reduz poluentes e educa sobre prosperidade através da reciclagem

Danielle Carvalho inova com reciclagem e venda de panelas - Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal
Danielle Carvalho inova com reciclagem e venda de panelas - Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal

Alanis Ribeiro Publicado em 19/07/2024, às 08h11


A profissional de recursos humanos Danielle de Carvalho, de 39 anos, ganhou uma herança do falecido pai: um ferro-velho. Sem experiência na área, e apaixonada em reciclagem, passou a investir em panelas velhas. A aposta fez com que a moradora de Itanhaém fature até R$25 mil por mês. 

Inicialmente, tudo começou com o incentivo de amigos, que a orientaram a revender peças que poderiam ser reutilizadas. Decidida e motivada em manter de certa maneira o legado do pai, investiu suas economias neste novo desafio.   

Com um jeito único e divertido, gravou um vídeo para divulgar a grande novidade do seu mais novo empreendimento. 

"O vídeo teve 15 mil visualizações em 5h. No outro dia lotou a loja e vendi tudo, fiz R$1,4 mil. Aí comprei de novo, vendi e fiz R$2 mil. Ficava fazendo vídeo toda semana", contou ao G1.

A empresária passou a se adaptar ao segmento, dessa maneira começou a comprar utensílios domésticos usados por R$20 o quilo, e após a transformação os vende a R$150 cada quilo é o equivalente a duas panelas. Confira a tabela de preços:

Caçarola (feita de uma panela de pressão de 7l) - R$ 75
Caçarola (feita de uma panela de pressão de 4,5l) - R$ 60
Frigideira (feita de uma panela de pressão de 7l) - R$ 35
Frigideira (feita de uma panela de pressão de 4,5l) - R$ 25
Frigideira (feita de uma panela de pressão de 10l) - R$ 120

Danielle explica que ao comprar duas panelas por R$20 quilo, ela consegue transformar em novos utensílios e ter um lucro de R$150. Já ao investir R$30 o quilo, consegue converter em produtos equivalentes a R$200.

Além de recuperar o valor investido, conseguiu ter um retorno significativo como lucro. Com a repercussão de seu trabalho, abriu uma nova loja em Mongaguá, além da compra de novos maquinários para reciclagem.

Fora as vendas dos recicláveis, também são vendidas peças novas que variam entre R$90 e R$330. No caso dos jogos daqueles que foram recuperados, ou seja, passaram a ser trabalhos artesanais, os valores são a partir de R$400.

"As peças antigas são melhores. A panela em si é usada e antiga, porém o cabo é novo, a tampa é nova e o puxador é novo", afirma a mulher.

Panelas

Danielle relembra o passado

A profissional de recursos humanos contou que quando era adolescente sofria bullying pelo pai ter ferro-velho, e por isso, passou a ter vergonha dele. 

"No começo a gente fica meio assim por ser mulher e vaidosa. Eu fui carroceira, trabalhava suja e ia embora frustrada, mas aprendi que a gente tem que ser grato a tudo [...]. Hoje, eu posso comer onde quiser, viajar, fazer o que eu quiser porque ele [trabalhou] para me proporcionar isso", disse.

Hoje nas duas lojas de panelas recicladas e no ferro-velho, Danielle tem 11 funcionários registrados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Saiba como tudo começou

Quando começou, garimpava as peças em brechós e ferros-velhos, mas agora tem parceiros que reservam as panelas para ela reciclar.

"A gente tem antiguidades, panelas de ferro, barro, alumínio, de pedra, ferramentas. Tudo que chega em um ferro-velho e dá para reutilizar tem nessa loja [de Itanhaém]", contou ela.

A empresária ressalta que o importante é não desperdiçar o material, e que acredita que o negócio deu certo, por conta da qualidade das matérias primas utilizadas nas panelas mais antigas serem melhores. “Como diz o ditado, panela velha que faz comida boa”, brinca.