Apesar do aumento, salários da Polícia Civil em São Paulo permanecem entre os mais baixos, revela Sindpesp

No próximo mês, os policiais civis de São Paulo terão um acréscimo médio de 18% em seus vencimentos.

No entanto, apesar desse aumento, a instituição continuará recebendo um dos salários menos favoráveis do país.

Essa é a análise apresentada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), que se baseia no reajuste concedido em outros estados brasileiros para a mesma categoria.

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O reajuste autorizado meses atrás pelo governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) não será suficiente para recuperar as perdas da Polícia Civil de São Paulo, que ainda aguarda a tão prometida valorização.

Surpreendentemente, mesmo sendo o estado mais rico em termos de arrecadação, São Paulo não implementou o maior incremento nos salários de suas forças de segurança, comparado a outros estados.

Como exemplo, no Paraná, está previsto um reajuste progressivo de agosto de 2023 a agosto de 2026. Esse aumento abrangerá todas as funções da Polícia Civil, de acordo com a reestruturação da instituição recentemente aprovada pela Assembleia Legislativa daquele estado, e que já foi enviada para a sanção do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).

Jacqueline Valadares, presidente do Sindpesp, destaca a diferença das políticas salariais adotadas entre os diferentes estados brasileiros.

"Enquanto um delegado de Polícia de São Paulo em início de carreira (3ª classe) terá vencimentos de R$ 15.037, já contando com o novo reajuste, válido a partir de agosto, no Paraná o salário foi reajustado para R$ 21.087. E lá já estão garantidos, por lei, aumentos para os próximos três anos, ou seja, até 2026, quando o holerite inicial chegará a R$ 26 mil”, comparou Jacqueline.

Os valores estabelecidos na tabela de salários do pacote de benefícios da Polícia Civil do governo paranaense são os seguintes: para um delegado de 1ª classe, nível IX, que é o topo da carreira, o subsídio em agosto deste ano será de R$ 32.769, e em 2026, alcançará R$ 41.845.

Distrito Federal

Na semana passada, os policiais civis do Distrito Federal obtiveram um reajuste médio de 18%, conforme determinado pela Medida Provisória (MP) da Presidência da República.

Esse aumento será dividido em duas parcelas: 9% em agosto e mais 9% em janeiro de 2024. Embora o percentual de aumento seja igual à média de São Paulo, é importante notar que os delegados de 3ª classe em início de carreira no Distrito Federal receberão R$ 19.745 já em agosto e, a partir de janeiro de 2024, terão seus vencimentos ajustados para R$ 21.449.

“Melhores salários refletem positivamente para a população; incentivam os servidores da Polícia Civil a se manterem na carreira, trabalhando com mais dedicação para o esclarecimento e o combate efetivo à criminalidade, sem precisarem buscar outras fontes de renda. A baixa remuneração é um dos fatores que, sem dúvida, contribui para o déficit de mais de 16,5 mil policiais civis em São Paulo. Outras carreiras e estados se tornam, assim, mais atraentes”, alertou Jacqueline.

São Paulo, a cidade mais rica

Com o salário a partir de agosto deste ano fixado em R$ 15.037, São Paulo agora ocupa o 22º lugar entre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal no ranking de salários de delegados em início de carreira, anteriormente estava no 24º lugar.

Nessa nova classificação, São Paulo ficará à frente apenas de Minas Gerais (R$ 14.271), do Amapá (R$ 13.651), do Espírito Santo (R$ 11.260), da Bahia (R$ 13.032) e, por último, da Paraíba (R$ 12.574).

É importante mencionar que o Amapá e a Bahia não forneceram informações ao Sindpesp sobre possíveis reajustes. De acordo com o ranking elaborado pelo sindicato, com base nas informações fornecidas pelos estados, Mato Grosso oferece a melhor remuneração inicial para delegados, com um salário de R$ 25.407.

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