Receita Federal apreende 140 kg de cocaína escondidos em contêiner com cosméticos no Porto de Santos

Carga foi interceptada em operação de rotina; Polícia Federal investiga origem e destino da remessa

Fiscalização no porto levou à apreensão de droga escondida entre cargas - Imagem: Divulgação/Receita Federal
Fiscalização no porto levou à apreensão de droga escondida entre cargas - Imagem: Divulgação/Receita Federal

Lívia Gennari Publicado em 26/07/2025, às 16h01


A Receita Federal apreendeu 140 quilos de cocaína no Porto de Santos, durante uma operação de rotina realizada pela equipe da Alfândega local. A droga foi localizada no assoalho de um contêiner que tinha como carga declarada 1,8 tonelada de gel esfoliante facial. Ninguém foi preso.

A carga seria exportada para o porto de Sydney, na Austrália, com baldeação prevista em Singapura. O destino chamou a atenção das autoridades por conta da alta valorização da droga naquele país. De acordo com a Receita Federal, o valor do quilo da cocaína na Austrália é cerca de cinco vezes superior ao praticado nos mercados ilegais da Europa. Ou seja, os 140 kg apreendidos no porto paulista representam, em termos financeiros, o equivalente à remessa de aproximadamente 700 kg da droga para o continente europeu.

O método utilizado pelos traficantes também chamou a atenção dos agentes. A cocaína estava oculta no assoalho do contêiner, estrutura que reveste o piso da unidade de carga, o que demandou o uso de técnicas específicas para identificação da chamada “contaminação”.

Segundo os fiscais da Receita, a interceptação foi resultado do trabalho de análise de risco, cruzamento de dados e inspeção não intrusiva, práticas que vêm sendo intensificadas nas operações portuárias para coibir o tráfico internacional de drogas.

Após a confirmação da presença da droga, a Polícia Federal foi acionada e instaurou inquérito para investigar a origem da remessa, possíveis envolvidos e os responsáveis pela tentativa de envio internacional da cocaína.

O Porto de Santos, considerado o maior da América Latina, é um dos principais alvos de organizações criminosas que atuam no tráfico internacional, devido ao seu volume de exportações e à complexidade da logística de cargas. As ações de fiscalização, segundo a Receita Federal, continuarão sendo reforçadas para evitar que a estrutura portuária seja usada para atividades ilícitas.