MPSP investiga fraude em contrato de locação de veículos na Câmara de Guarujá

Operação Via Fracta apura superfaturamento em licitação de veículos; mandados são cumpridos em SP e São Bernardo do Campo

Gaeco mira a Câmara de Guarujá em operação contra fraude - Imagem: Reprodução
Gaeco mira a Câmara de Guarujá em operação contra fraude - Imagem: Reprodução

Lívia Gennari Publicado em 24/09/2025, às 10h41


O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deflagrou nesta quarta-feira (24), a Operação Via Fracta, que apura suspeitas de fraude em licitações para a contratação de veículos destinados ao uso profissional dos vereadores da Câmara Municipal de Guarujá.

A ofensiva é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Polícia Civil e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP). Ao todo, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de São Paulo e São Bernardo do Campo.

Câmara de Guarujá sob investigação

Segundo o MP-SP, as investigações tiveram início em 2024, após denúncia que apontava um suposto conluio entre empresas que, embora apresentadas como concorrentes, fariam parte de um mesmo grupo econômico. O esquema envolveria o então presidente da Câmara de Guarujá.

Durante a investigação, o TCE realizou uma vistoria e identificou diversas irregularidades na execução contratual, reforçando indícios de superfaturamento e outras práticas criminosas ligadas ao pregão eletrônico para aluguel de veículos.

A Operação Via Fracta, realizada nesta quarta (24), é considerada uma continuidade da Operação Hereditas, deflagrada em outubro de 2024. Na ocasião, foram cumpridos mandados em Guarujá, Santos, São Vicente, Cubatão, Praia Grande e na capital paulista, com a apreensão de celulares, computadores, documentos e valores em dinheiro.

Na época, três vereadores e um candidato à Prefeitura de Guarujá foram investigados por fraudes em licitações tanto da Câmara quanto da administração municipal. Também havia suspeita de pagamento de propina a agentes públicos para viabilizar o esquema.

Dentre as empresas favorecidas pelo esquema, uma pertencia a Cristiano Lopes Costa, o “Meia Folha”, apontado como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

As investigações seguem em andamento, e o Ministério Público informou que novas etapas da operação podem ser realizadas ao decorrer da semana. Até o momento, não houve confirmação de prisões relacionadas à atual fase da Via Fracta.