Suspeito de auxiliar na fuga após morte de ex-delegado é preso em São Vicente

Luiz Henrique Batista, o ‘Fofão’, foi capturado durante operação da Polícia Civil; ele é apontado como peça-chave na logística do crime que matou Ruy Ferraz Fontes em Praia Grande

Fofão é detido por participação na morte de Ruy Ferraz Fontes - Imagem: Reprodução
Fofão é detido por participação na morte de Ruy Ferraz Fontes - Imagem: Reprodução

Lívia Gennari Publicado em 19/09/2025, às 16h10 - Atualizado às 17h47


A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira (19), em São Vicente, no litoral paulista, Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão. Ele é apontado como um dos responsáveis pela logística que facilitou a execução do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, morto em Praia Grande no início da semana.

Essa é a segunda prisão confirmada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) em relação ao caso. Na quinta-feira (18), uma mulher de 24 anos já havia sido detida sob suspeita de também dar suporte à ação criminosa. Dahesly Oliveira Pires teria sido a responsável por transportar uma das armas usadas na execução de Ruy.

Outros três investigados seguem foragidos: Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza e Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, todos com mandados de prisão expedidos pela Justiça.

De acordo com a investigação da polícia, Fofão teria ajudado na fuga de um dos criminosos, oferecendo carona logo após a execução do ex-delegado. Detido no bairro Jockey Club, em São Vicente, ele foi levado no início da tarde ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no centro da capital, onde prestou depoimento sobre sua participação no caso.

“Conseguimos realizar a prisão de um novo indivíduo, que teve uma participação logística na fuga dos criminosos após o atentado”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Operação na Baixada

A captura de Fofão aconteceu durante uma operação conjunta da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar. As equipes realizaram buscas em diferentes cidades da Baixada Santista depois de encontrarem impressões digitais de um policial militar e de seu irmão em uma casa usada como base pelos executores do crime, localizada em Praia Grande.

O imóvel, situado a cerca de 8 km da prefeitura, teria servido de ponto de apoio para a quadrilha. No local, os investigadores recolheram 41 vestígios genéticos que podem indicar a presença de outros envolvidos.

Em nota, a SSP-SP informou que serão ouvidos os responsáveis por alugar a residência nas últimas semanas, além do proprietário do imóvel e de seu irmão, que é policial militar.

O crime

Ruy Ferraz Fontes, que já havia se aposentado da Polícia Civil e atualmente atuava na Prefeitura de Praia Grande, foi assassinado após sair do trabalho. Ele foi perseguido por criminosos, bateu o carro contra um ônibus e, em seguida, acabou sendo atingido por mais de 20 disparos de fuzil.

Por mais de 40 anos, Ruy ocupou cargos de destaque na corporação, chegando ao posto de delegado-geral entre 2020 e 2021. Ficou marcado por sua atuação no combate ao crime organizado, principalmente em investigações contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de ter comandado operações de grande repercussão contra a facção.