Quadrilha atuava em diferentes estados e chegou a movimentar cerca de R$ 15 milhões
Lívia Gennari Publicado em 15/06/2025, às 22h04
A Polícia Civil de Minas Gerais, em conjunto com o Ministério Público (MPMG), deflagrou na última sexta-feira (13), a segunda fase da operação Camarilha, que mira uma organização criminosa com atuação nacional.
O grupo é suspeito de movimentar cerca de R$ 15 milhões por meio de autorizações reais para vender títulos de capitalização supostamente com finalidade beneficente, conhecidos como títulos com viés filantrópico. No entanto, o grupo desviava a maior parte dos recursos arrecadados, descaracterizando completamente o suposto caráter social da ação, uma prática investigada como golpe milionário.
Além das buscas, dez veículos foram apreendidos, mas não houve prisões. Segundo os investigadores, os crimes ocorreram entre setembro de 2023 e abril de 2025, e a investigação segue em andamento.
Influenciadores e empresas na mira
Os alvos da operação incluem influenciadores digitais, empresários, um advogado e um contador. O grupo atuava de maneira articulada em diferentes estados, com ramificações identificadas em Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Praia Grande (SP).
De acordo com a apuração, os investigados usavam autorizações reais, emitidas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), para comercializar títulos de capitalização do tipo “filantrópico premiável”. No entanto, ao contrário do que era anunciado nas campanhas, a maior parte dos recursos não chegava às instituições beneficentes.
As fraudes envolviam empresas intermediárias — duas delas com sede em Praia Grande — e forçavam as instituições beneficiárias a contratar influenciadores e prestadores de serviço ligados ao esquema. Segundo a Polícia, a divisão do dinheiro era feita da seguinte forma:
CPI das BETS acompanha o caso
A dimensão do esquema chamou a atenção do Congresso Nacional. A operação Camarilha passou a ser um dos focos da CPI das BETS, que investiga irregularidades no setor de apostas e rifas digitais. A comissão é presidida pelo senador Hiran Gonçalves (PP-RR) e tem como relatora a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).
Na primeira fase da operação, deflagrada em abril de 2023, os investigadores já haviam identificado o uso das autorizações da Susep como fachada para o desvio milionário. A partir daí, as diligências avançaram, revelando a atuação coordenada do grupo e o envolvimento de empresas em diferentes regiões do país.
As investigações continuam para o cumprimento de novas medidas judiciais. Nenhum dos investigados teve o nome divulgado até o momento.
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